Gatos e gatices (Crônica)

Se os leões são os reis da selva, os gatos são os reis da cidade...




Gato frajola se lambendo. A língua do gato é aspera
Fred o preguiçoso em seu banho no teto da geladeira (Foto: Arquivo/Lucas Pemasan)

Por: Lucas Pemasan

    Tenho gatos em casa. Doze para ser mais exato. Gatos não seguem a matemática. Não a dos humanos. Eles tem uma lógica própria. E existem de todos os tipos. Os que decidem mandar na casa por exemplo, não permitem questionamentos. Silenciam e ignoram qualquer tentativa de conversa, ainda que seus donos implorem. Donos pffff! Gatos mandam. Não seguem regras. Eles são a regra. Semideuses que se sentam no trono e apenas esperam que seus desejos sejam realizados. O pão nosso de cada dia nos dai agora! 

    De vez em quando em um ato de misericórdia eles agradam seus súditos e subalternos... no caso nós. Jogam migalhas de miados fofos e ronronares. Mas não confunda as coisas, a soberania e a hierarquia continuam. A ração tem que estar lá no horário em que tem que estar lá e sem blá blá blá... publique-se, registra-se e cumpra-se. A multa pelo descumprimento da regra é o que o meritíssimo juiz felino decidir.

    Existem também os gatos caçadores. Aqui em casa pelo menos uns cinco são assim. Eles podem posar de elegantes, mais do que modelos de grife em passarela. Sem esforço, óbvio. Cinismo que não tem medida. No primeiro inseto voador que tragicamente cruzar seu caminho, a pose de capa de revista é cancelada. Há algo mais importante a se fazer. Caçar o desgraçado que ousou adentrar o território. A perseguição implacável pode durar o quanto for necessário. O cenário dentro de casa se transforma numa releitura de filmes de ação com ares de comédia.

    E os gatos preguiçosos? Você sempre vai encontrar estes quando precisar achar. Deitados nos lugares mais improváveis e em posições que nem a mais talentosa ginasta é capaz de reproduzir. Podem passar o dia todo sem fazer absolutamente nada. Nem mesmo caçar é a praia deles. São clones do Garfield no comportamento. Temos um vencedor aqui em casa. Fred.

    Os briguentos. Os valentões. Estão sempre a procura de uma encrenca pra animar o próprio dia. Farejam maneiras de torrar a paciência de todos. Tanto outros gatos quanto humanos. Na primeira olhada esquisita que recebem: toma-lhe arranhões e mordidas. Dar remédio pra esses é tarefa que nem mesmo Rambo ou Chuck Norris acharia fácil. 

    Eu como gateiro que sou coleciono cicatrizes o tempo todo. Quem tem gatos em casa sabe que ter a pele furada pelas garras ou dentes dos seus pimpolhos felinos é inevitável em algum momento. Mas vale a pena. Os peludos sabem nos conquistar. O jeito deles de nos amar é peculiar. Mas é amor de qualquer jeito. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como manter uma relação saudável com apps de relacionamento

Crítica: O Oscar e a diversidade

Lollapalooza é mais do que música