As baladas e as pessoas (Crônica)

O DNA das baladas (Crônica)

Globo de luz de festas e de baladas. Festas de noite. Shows. Crônica sobre baladas.
Foto: Reprodução da Internet

Por: Lucas Pemasan

    A música começa a tocar bem alto... lá no fundo dos ouvidos. Bate com força na porta dos tímpanos. As bebidas alcoólicas começam a ser servidas. Logo a pista de dança vira uma avenida de desfile de carnaval. Cada pessoa quer uma coisa diferente. Estar em uma balada é um experimento social. É quase como uma dança das cadeiras. Numa dança das cadeiras nenhuma cadeira é sua. Com exceção de alguns comprometidos, ninguém é de ninguém. Quem te beijou agora, talvez em meia hora estará beijando outro, ou outra. E é curioso como cada pessoa reage de maneira diferente a essa situação.

    Nas noitadas a bebida alcoólica é o demônio que acorrenta a alma das pessoas a criar situações hilárias; com risco de se tornarem vexatórias; às hienas risonhas que nos tornamos. O riso frouxo aliás vira trilha sonora. É tudo um grande circo, no bom sentido da expressão.

    Mas as emoções no momento também importam. Já vi gente que estava sentimentalmente confusa no começo, no meio e no fim de uma noitada. Já presenciei ao vivo a literalidade da expressão "estar na sarjeta", certa vez. Havia amanhecido quando sai com meus amigos depois de uma noite de bebidas e dança em uma casa noturna. Um rapaz estava sentado na calçada sendo consolado por um suposto conhecido. Ele chorava alto. Lágrimas escandalosas de arrependimento misturadas aos restos de álcool às sete horas da manhã de um domingo. 

    O homem balbuciava entre soluços algo sobre o relacionamento dele com outro rapaz, que obviamente não estava ali. Passei um tempo criando teorias sobre o que teria acontecido. Sem dados precisos, sem conclusões. Fato é que a sobriedade emocional pós noitada pode ser, às vezes, muito pior do que os sintomas da ressaca. Depende de como se está por dentro no momento. 
    
    Depende da quantidade de arrependimento que vem no frasco. Essas "convenções sociais" moderninhas tem em seu DNA o ser humano. Cada pessoa vai reagir de maneira diferente a determinadas situações, como em uma rede social, se constroem as relações.

    Gente desconhecida pode se tornar uma amizade pra vida toda, depois de uma dança, por exemplo. O lado de dentro após as portas de entrada de qualquer casa noturna sempre guarda surpresas... basta você estar pronto para recebê-las.

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