Conto ficcional de suspense - Código cifrado - parte final

O casebre

Casebre. Ilustração de um casebre de dois andares em uma floresta à noite

Por: Lucas Pemasan

    Não! Definitivamente não podia ser o lugar errado. Não existia essa possibilidade. Luís conferiu tudo antes de chegar e durante o caminho também. Os dois amigos continuavam a investigação no casebre, a fim de pelo menos descobrir quem mandou a mensagem de dias atrás, caso nenhuma alma viva aparecesse. Luís viu escadas.

— Um porão! Disse em tom de sussurro.

— Nós não vamos descer! Vamos? Respondeu Zezinho, já receoso.

    Imediatamente Luís o puxou pela roupa. Ele e seu melhor amigo desceram as escadas até o porão velho da casa, a típica ideia que não deveria se ter. 

— Se passar 10 minutos do horário combinado a gente vai vazar daqui DE QUALQUER JEITO! Resmungou Zezinho. 

    Luís estava um pouco mais paciente. Queria explorar aquele lugar curioso. Começou a bisbilhotar o que parecia ser os pertences de alguma família que ali já morou em tempos passados. Algumas fotos de pessoas estavam em molduras com vidro empoeirado. 

    Um símbolo curioso estava desenhado em uma coluna. Era um círculo com uma espécie de divisória bem no meio e um ponto robusto na parte de cima da linha. O desenho cintilava a medida que se mexia a cabeça. Parecia ter sido feito com alguma espécie de tinta neon

— Sinistro demais! Parece uma marcação. Uma indicação de alguma coisa. Vamos olhar lá em cima de novo talvez algo tenha passado despercebido! Observou Luís.

    Os rapazes então subiram pelas escadas. Vasculharam cozinha, dois quartos, banheiros. Nenhum cômodo oferecia pistas sobre o que aconteceu com a família das fotos, menos ainda sobre quem mandou a mensagem. 

    Até que... 22 horas, marcou o relógio nos celulares. Alguns segundos de suspense e de repente um vulto. Som de passos! Parecia algo grande e esguio. Uma porta se fechou rápido e forte fazendo um som alto: Blam! Outro vulto. Mesmo apavorados os rapazes se deram conta de que eram sombras enormes "de mais de 2 metros". Mais barulho de passos. Não se conseguia descobrir nada porque ao apontar a lanterna, as coisas já haviam se escondido. Eram rápidas. Estavam brincando com os rapazes, ou se preferir... com as caças. Depois de alguns segundos apavorantes ouvia-se apenas o ranger das tábuas velhas da casa.

    Mas de supetão uma voz bizarra e sinistra gritou algo indecifrável. Zezinho concluiu que definitivamente não era voz humana. Sons ensurdecedores de fora da casa deixaram os rapazes em pânico. Eles gritavam de pavor. As paredes começaram a soar um ranger e uma trepidação do chão despertou. As coisas começaram a chacoalhar, objetos de vidro começaram a estourar, incluindo janelas.

— TERREMOTOOOOOOOOOO! Gritou Zezinho. 

— CORREEEEEE! Respondeu Luís.

    Quando estavam cruzando a sala de repente o teto estourou! Os dois se abaixaram, mas estranhamente os destroços não caíram. Eles subíram. A casa continuava chacoalhando. Quando olharam pra cima Luís e Zezinho viram um objeto voador gigante. No mesmo instante começaram a gritar de desespero. Eram gritos de terror por descobrir que tudo não passava de uma armadilha. E por descobrir que eles nunca estiveram sozinhos. 

    Nós humanos nunca estivemos sozinhos. Foi uma isca para que eles respondessem ao chamado. Um chamado de outro mundo. Os seres que prepararam tudo acionaram um botão que soltou uma luz branca e cegante sobre os rapazes. O ar começou a dobrar e a pressão começou a mudar. Os dois gritavam enquanto subiam sem chance de defesa. A gravidade não existia em torno deles. Em pouco mais de 15 segundos Luís e Zezinho estavam dentro do veículo voador que os abduzira.

    Os seres que os sequestraram tinham aparência humanoide, mas não eram humanos. Peles acinzentadas e formatos esquálidos. Levaram Luís e Zezinho que estavam desacordados a um laboratório dentro da nave. Era o fim de dois amigos que um dia foram rapazes... a partir daquele momento eles seriam apenas uma experiência.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como manter uma relação saudável com apps de relacionamento

Crítica: O Oscar e a diversidade

Lollapalooza é mais do que música