Análise de Não Conte A Ninguém (Harlan Coben)

 Mesmo sob defeitos obra pode ser a melhor do escritor 


Imagem do livro não conte a ninguém de Harlan Coben. Livro tem 256 páginas
Não Conte a Ninguém tem 256 páginas (Foto: Lucas Pemasan) 

Por: Lucas Pemasan

    A literatura de ficção policialesca do autor americano Harlan Coben quase sempre possui algum deleite contido em suas páginas. Coben já recebeu prêmios e teve suas palavras em papel transformadas em séries do streaming Netflix. 

    Não Conte a Ninguém (Tell No One) se tornou bestseller recomendado pelo jornal The New York Times. Este livro que é o objeto de análise deste texto passeia com a mente do leitor de forma literal, até sua última página. 

    A escrita de Coben continua subjetiva, perpetuando assim sua assinatura pelo formato, sua marca. É interessante a conclusão de que neste volume, o autor sinaliza ter evoluído no quesito criatividade do suspense/mistério. Principalmente se compararmos aos livros anteriores.

    Na história o médico Dr. David Beck e sua esposa Elizabeth são envolvidos em uma trágica trama de morte e mistério. Ele é nocauteado enquanto comemorava com ela mais um ano de casados em um lago. A mulher do médico é raptada e assassinada por um serial Killer. 

    Anos se passam e David recebe um e-mail misterioso e com detalhes a que somente Elizabeth tinha acesso, concluindo portanto, que ela poderia ser a responsável por enviar a mensagem. O leitor a esta altura da construção dos fatos é levado a perguntas sólidas e objetivas que perduram. A esposa está viva? Como David escapou do serial killer? Quem é o criminoso responsável? Entre outras. 

    No entanto, é necessário descortinar alguns detalhes que não podem deixar de ser observados, mesmo em uma obra aparentemente perfeita. Enganos são cometidos, como por exemplo, a quantidade imensa de mutações e reviravoltas a que o leitor é submetido. Certas passagens não se resolvem e empurram a história, por vezes, tornando árduo o trabalho de conectar os fatos. 

    Em tal cometimento, são altas as chances de se gerar insatisfação na pessoa leitora, obrigando-a a voltar várias vezes ao mesmo ponto antes de seguir. Dessa maneira corre-se o risco também de perder elementos importantes no meio do caminho. 

    Algumas perguntas vão se avolumando acima de outras. Coben é um escritor genial e criativo, mas parece ter delegado a difícil tarefa de descobrir o ritmo das situações na história, apenas ao leitor que estiver mais atento. 

    O final compreendido é um tanto quanto acelerado comparado ao resto da trama. Apesar de tudo, Não Conte a Ninguém é um livro que vale a pena. A última página guarda um fato específico e revelador, digno de grandes volumes literários de suspense e mistério. O conjunto tonifica esta, a ser salientada, como a melhor obra escrita por Coben.

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