Uma pequena crônica de um grande cozinheiro amador
Eu sou um grande apaixonado por cozinha e gastronomia...
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Animação gerada (Edição: Lucas Pemasan) |
Por: Lucas Pemasan
...mas sou um cozinheiro de casa mesmo. Nunca trabalhei em restaurantes ou qualquer coisa que o valha. Tudo o que aprendi foi vivendo a gastronomia no dia a dia, pesquisando, lendo e vendo grandes chefs renomados passando seus conhecimentos, através dos canais digitais que tomaram nossas vidas cotidianas. Como tantos outros que conheci, meu curso de cozinha foi a vida.
E eu por curiosidade gosto de saber tudo sobre o ingrediente. Desde o seu surgimento e origem na história da gastronomia, até como é feito o seu cultivo e armazenamento.
Ser cozinheiro é uma delicia. Preparar pratos às vezes é uma ciência exata e ao mesmo tempo uma criação de obra de arte. Construir os sabores e as características de cada comida é quase como pintar um quadro, ou levantar uma casa tijolo por tijolo.
Por outro lado todo esse trabalho tem um custo. Sobretudo um custo corporal. Os pés inchados, a mão cansada, as costas pesam. A cozinha é um trabalho mental e braçal, e não tem nada de glamouroso. Por isso, respeitar o bom trabalho de alguém que se dispõe a doar seu tempo e seu esforço é muito importante.
Olhando para o lado profissional, depois de mais de 10 anos cozinhando para família e amigos eu conclui algumas coisas. A primeira delas é que para ser cozinheiro profissional é necessário ser um pouco cientista e ter um pouco de loucura criativa (ou muita). As combinações de ingredientes podem ser das mais inesperadas e isso só se descobre arriscando e tentando até ter bons resultados. É quase como um experimento de laboratório. Cozinha é ciência, mas também arte, aprendi com os grandes chefs.
A segunda conclusão é que é necessário ser humilde para respeitar pessoas e opiniões, mas acima de tudo respeitar os ingredientes. São eles que vão trilhar o caminho e para isso é preciso tratá-los bem. Minha mãe sempre diz que a energia que qualquer cozinheiro deve passar para a comida, tem de ser uma energia boa. E eu concordo muito com ela. Faz todo sentido e já vivi isso na prática.
A terceira e última, mas nem por isso menos importante é que a cozinha exige exercícios eternos de paciência. No sentido mais amplo da palavra. Paciência porque cada prato tem seu tempo e é preciso respeitar obviamente. E paciência porque os erros levam aos acertos. Quando se prepara algo pelas primeiras vezes (note: não primeira vez, primeiras vezes) é comum mais errar do que acertar. Aqui cabe perfeitamente a expressão de que a prática leva à perfeição. Ouvi certa vez de uma grande cozinheira que ela precisa refazer em torno de 40 vezes a mesma receita até que fique de verdade boa.
Mas tudo isso tem um grande prêmio no final. Quando acerto nos pratos e recebo elogios, seja de quem for, é como um abraço quentinho no coração. Parece que está tudo certo... tudo no seu lugar. Um viva à cozinha e suas delícias!
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